Tudo bem que Waldemar Lemos nunca foi unanimidade nos Aflitos, sempre que o resultado de vitória não acontecia, surgiam xingamentos e mais xingamentos por parte da torcida contra o ex-treinador alvirrubro. Eu mesmo, já fiz várias críticas ao trabalho de Waldemar, mas sempre em relação a falta de objetividade do time comandado por ele e não pelo que ele representava para a equipe.
Também entendi ao longo dos jogos da série B do ano passado, o quanto o elenco alvirrubro era limitado e obrigava Waldemar a escalar em determinadas ocasiões 4 volantes, mesmo atuando nos Aflitos. Só para ter uma ideia, Eduardo Ramos foi o único meia durante a série B do ano passado. Quando o meia estava suspenso, não tinha ninguém a altura para substituí-lo.
Waldemar é um treinador muito ético e centrado no seu trabalho. Graças a ele e logicamente aos jogadores, o Náutico hoje está na série A. Waldemar contornou vários incidentes dos jogadores com a torcida durante todo o ano de 2011. Chegou a pedir inclusive, para que não fizesse nada contra os jogadores e sim contra ele. Segundo os jogadores alvirrubros, Waldemar era um verdadeiro Paizão.
Chegou o ano de 2012, ano de série A. Esperava-se um Náutico forte, com um elenco no pernambucano quase pronto para disputar a competição nacional, mas que nada! O Náutico perdeu quatro jogadores que eram titulares e que estão fazendo falta. Peter, Airton, Everton e Kieza.
Everton e Kieza eram os referenciais daquela equipe vitoriosa e por capricho ou falta de vontade da diretoria, os jogadores não permaneceram. Mas vida que passa, se os jogadores não ficaram, hora de contratar. Só que, quem o Náutico trouxe para o lugar de Kieza? Dorielton? Henrique? Com todo respeito, esse jogadores nem amaram a chuteira de Kieza. No caso de Everton a mesma coisa.
O Náutico não tem um primeiro volante que prima pela marcação. Todos os volantes do Náutico atuam mais como segundo volante e todo aquele poder defensivo do ano passado, foi por água abaixo esse ano. Mas de quem é a culpa disso? de Waldemar? não não...
A diretoria do náutico diz que a folha salarial da equipe gira em torno de R$ 800 mil, o que se tratando do nível do futebol pernambucano é uma folha considerável, mas cadê a qualidade? cadê as opções para o treinador montar o time em caso de um eventual desfalque?
No jogo que culminou com a demissão de Waldemar, ele teve que improvisar um zagueiro na lateral-esquerda porque não tem um reserva para Jefferson. Não é que o reserva não pudesse jogar, é porque não existe outro lateral-esquerdo no elenco. O mesmo acontece no lado direito, onde Auremir vinha sendo improvisado, porque Marquinhos, único lateral do elenco, estava machucado.
A diretoria alvirrubra tem uma grande parcela de culpa nessa situação atual do Náutico. No inicio do ano, foram muitas dispensas e poucas contratações e na maioria delas, sem a mesma qualidade dos dispensados. E olhe que não estávamos falando de jogadores diferenciados, mas apenas de jogadores comprometidos e que honraram a camisa enquanto estiveram nos Aflitos.
Então fica nessa de "tampar o sol com a peneira" e demite o treinador para se isentar de culpa pela falha no projeto. A diretoria de um clube de futebol tem que trabalhar com a razão e não com a emoção. Tem que acreditar no trabalho e dá possibilidades e ferramentas que ajudem na execução do projeto.
Resumindo, por mais que o torcedor alvirrubro estivesse chateado com a situação do Náutico, já que fazem seis jogos que não ganha, Waldemar não foi o único culpado disso. A verdade é que o elenco do Náutico é fraco e carente de opções. Se não houverem contratações que cheguem para resolver, pode trazer Pepe Guardiola para ser o técnico do Náutico que ele não vai dá jeito.
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